domingo, 31 de março de 2013

Castielo - I




No meio de um grande deserto, um lugar vazio quase sem vida, em uma pequena fazenda, nasce uma criança. Nessa fazenda só havia lá o Pai, que vivia ausente com seu cavalo ia de cidade em cidade para resolver negócios para sustentar a família, a Mãe, sempre ocupada fazendo as tarefas de casa, cuidando da plantação e dos animais, e agora nasce um filho, um milagre para aquela família, alguém para poder ajudar a ajeitar as coisas quem sabe.

Castielo então , como era seu nome, desde jovem acordava antes do sol nascer, ajudava a mãe com as tarefas da fazenda, a vida para ele parecia ser só aquilo, a Fazenda, os animais, a mãe e o pai que pouco o via, para ele aquele pai parecia mais uma figura imaginaria. Uma paixão começou a surgir, naquela época era estranho um jovem rapaz no seu lugar, querer sair pelo mundo a fora descobrir, aprender, viver, nos seus sonhos ele sempre via o pai; Um homem montado em cavalo, cavalgando sempre sem olhar para trás.

Um certo dia, quando Castielo despertou, percebeu um certo silêncio, esta certo que aquele lugar ja era silencioso, mas estava com um ar diferente, ao descer as escadas para sala de estar, se deparou com sua mãe morta, pendurada em uma corda, suicídio, aquilo chocou o jovem,  ele saiu gritando desesperado, procurando por ajuda, pelo pai cujo ele mal sabia a aparência deste homem, mas nada, ninguém.  Ele sentou ao lado do corpo da sua mãe que ele ja havia tirado da corda, e chorou, ficou la horas, dias, ele dormiu ao lado dela, quando no meio da madrugada ele houve o barulho de um cavalo, no meio do escuro quase sem luz, mal dava para ver, ali estava ele, entrou na sala, alto, frio, forte, com um chapéu cobrindo o rosto, colocou a mão sob a cabeça do filho, abaixou a cabeça, pegou o corpo de sua mulher, levou até o quintal, pegou uma pá e cavou, a enterrou, ficou la por alguns minutos, depois sem falar nada montou em seu cavalo e mais uma vez, cavalgou em frente sem olhar para trás.



Castielo ainda traumatizado, lembrava de sua infância a mãe o abraçava, brincava com ele, mesmo quando estavam trabalhando na fazenda, o quanto ela fala bem daquele homem que o dizia ser seu pai. Mas Castielo ficou com remorso  "-Como pode ele não falar nada e ir embora?" , Cas não entendeu aquilo, dormiu, e no próximo dia, ainda não entendia, enquanto isso a plantação, os animais morriam, e Cas chorava. Cas enquanto dormia teve um sonho com aquela cena em que seu "pai" estava em pé diante ele com a mão na cabeça dele, e no sonho uma voz dizia: "Siga em frente", então ele acordou com o barulho de um raio que caia em meio de sua plantação, desesperado Cas gritava novamente, tudo estava pegando fogo, até mesmo os animais, Cas mais uma vez sentou e chorou.



Com o fim da tempestade ja era dia, ele despertou olhou pela janela e viu tudo destruído, até sua casa com o telhado destruído, então ele avistou de longe novamente aquele homem, sentando em um cavalo cavalgando para a mesma direção de sempre, ele tentou correr atrás gritando, esperneando  "-Espere! não vá sem mim!" , mas por um segundo ele desaparece no fim da estrada. Cas então voltou imediatamente para o que havia sobrado de sua fazenda, arrumou sua trouxa, e seguiu até para cidade mais próxima, foram dois dias de caminhada, em uma estrada deserta, quando finalmente avistou uma pequena cidade chamada "Santa Deserta", la todos o olhavam torto como se o ja conhecessem, o que fez com que Cas ficasse coagido, encolhido no meio de tanta gente, cidade pequena, ele procurou o Prefeito, o Prefeito lhe tratou com ignorância dizendo que na cidade não eram aceitos estranhos de fora, e que a história do menino sobre a fazenda ninguém nunca havia ter escutado antes, nem sobre o forasteiro misterioso e seu cavalo. Cas então procurou qualquer canto, encontrou um grupo de jovens sem lar, um pouco longe do centro da cidade, la então ele se acolheu, mesmo não sendo muito bem vindo, os jovens do local não tinham escolha ja que ambos não tinham para onde ir, mas todos o olhavam torto, não gostavam de ouvir suas histórias, sobre a fazenda.

Cas para sobreviver, oferecia ajuda, em troca de míseros pedaço de pão, foi quando a irá, e a frieza o tomou, começou a praticar o "mal", pequenos furtos, encrencas, jogos de azar, estava fazendo seu nome ficar pior ainda do que ja era naquela velha e pequena cidade.Um dia no festival da cidade, aonde os moradores locais apresentavam danças típicas, musicas   e torneios, ele de longe, escondido atrás de todos avistou uma linda garota, que estava apresentando, totalmente diferente que ele, sorridente, carismática. Cas ficou encantado, com aquela garota,  então ali surgiu sua outra paixão, desta vez por uma mulher. É lógico que Cas sabia que ela não iria querer nada com ele, do mesmo jeito se aproximou, todo sem jeito, a garota riu, Cas sem jeito e todo truculento, iniciou uma conversa, pela primeira vez alguém dava atenção a ele naquela pacata cidade. É claro que nem tudo é um mar de flores para Cas, na vida dele tudo parecia dar errado propositalmente, então pela segurança dele, ele espantou a garota.

Com o passar do tempo, a população começava a ignorar completamente o Cas ate mesmo aquela garota que havia uma vez o iluminado , ele fazia de tudo para chamar atenção de todos e nada, até o dia que ele se revoltou, entrou no grande bar, começou a brigar com todos, roubar, e é claro foi parar na cadeia.
Chorando no meio de uma tempestade entre 4 paredes e uma janela pequena atrás das grades, quando ele percebe na entrada da cidade um homem alto, forte, em cima de um cavalo com um chapéu grande, cobrindo seu rosto, virou a cabeça em direção a ele, depois seguiu em frente e desapareceu. Cas chorava, gritava, perguntava quem era aquele homem, do por que essas coisas aconteciam só com ele, Cas não entendia, e mais uma vez de volta a estaca zero.

Um tempo depois ele foi solto, e jogado na rua, a população o olhava com desgosto total e desaprovação, Cas olhava para baixo, segurando suas lagrimas, e foi caminhando até aquele local aonde ele vivia com jovens sem lar, chegando la, ninguém quis sua volta, fora expulso, Cas então, mais uma vez, sem lar, sem paixão, sem motivações para erguer a cabeça.

Deitado no meio do lixo, Cas chorava, puta que cara chorão, adormeceu, e em seu sonho, aquele sorriso, aquele olhar daquela garota que cultivava alegria dentro dele, depois a sua mãe, sua heroína que  mal sabe o por que do que havia acontecido com ela, e o homem em seu cavalo sombrio cavalgando seguindo em frente sem olhar para trás.

Então ele acordou a chutes e socos, aqueles mesmos jovens que antes eram iguais a ele, se achavam superior, o surravam, o humilhavam dizendo que ele não era nada ninguém, que todos o odeiam, que ele não tem ninguém que deveria morrer, Cas só chorava.  Foi ali abandonado no mesmo lugar depois da surra, encolhido de bruços, chorando, passam horas o entardecer chega, Cas abre os olhos e se depara com um Homem montado em seu cavalo na sua frente encarando-o, então Cas pergunta:
- O que foi ? Veio aqui me surrar e dizer que não sou ninguém, um nada na vida e que nem merecia ter nascido.
O homem estranho o responde:

-Pelo contrario meu jovem, gostaria de saber por que choras? O que lhe incomoda?
Cas estranhou a atitude daquele homem que ele nunca havia visto na cidade, e conta toda a história da vida dele, e percebeu que o homem deu um leve sorriso, então Cas disse:

- Ta vendo, você é igual aos outros, veio aqui só para me humilhar e cuspir em minha cara.

O homem o responde:

- Não jovem, eu sorri por que vejo que você tem todo o motivo para mudar sua vida, mesmo assim só fica ai parado e chorando, eu sei que é difícil sem ter ninguém ao teu lado , mas acredite ha muitos assim pelo mundo você não está só, ja pensou em seguir em frente? Pegar a estrada da vida, começar novos presentes para um futuro melhor?



Cas não respondeu nada e abaixou a cabeça, em segundos assim que levantou a cabeça o Homem havia ido embora, Cas chorou e voltou a fechar os olhos.  Então sob a chuva forte ele acorda no meio da noite, a cidade silenciosa, ele resolveu dar uma volta, passou de imóvel em imóvel,  pela janela assistia famílias felizes, casais felizes, pessoas solitárias porém felizes, e pensou "-Por que comigo tem de ser diferente? O que eu fiz de errado?" , foi quando nessa caminhada na entrada da cidade ele avistou um cavalo negro, pronto para ser montado, sem nenhum dono, foi um presente dado a ele, ele pensou, então ergueu a cabeça montou naquele cavalo, e cavalgou. 

Pegou a estrada olhando para trás, chorando de suas lembranças, de suas paixões, convicções, sonhos. Ele então começou a parar de cidade em cidade, a procura de novas motivações, paixões, mas nada, então ele seguia em frente e sempre olhando para trás. Foi então acampado no meio do nada, ele deitou e olhou para o céu todo estrelado, e pensou "-Será que era isso que aquele estranho que eu sempre avistei achando ser meu pai, me dizia para fazer? Seguir em frente, em busca de novas aventuras, de novas paixões, mas como vou fazer isso sozinho?" .

Quando acordou avistou uma carruagem,   ali estava aquele mulher que um dia foi aquela garota que ele havia se apaixonado, toda feliz, isso o feriu tanto por dentro, então ele pegou seu cavalo e seguiu destino oposto, procurando, sem destino uma forma nova de viver.
E ele está por ai, sozinho sem abaixar a cabeça na frente das pessoas, a procura de qualquer coisa, suas metas estão anotadas em um livrinho que ele carrega consigo, tudo que ele planeja fazer esta ali anotado.  Ele ainda precisa encontrar algo que falta dentro dele, e é isso que ele faz, procura.   (...)

Castielo, percebe que todos aqueles que um dia estiveram em seu lado, sempre lhe abandonam, ele não consegue entender o por que. Por que tem de ser tão difícil assim ? Ele cavalga sempre mudando, querendo corrigir aquele passado na sua antiga cidade, tentando mostrar ao mundo que ele pode mudar, que ele pode ser um novo rapaz, caminhando sempre olhando para frente, mesmo que o passado o persiga, ele tenta, ja pensou em desistir, ja pensou em varias coisas, mas o que ele faz? ele procura, ele corre, se esconde, ele ainda tem medo, aquela pacata cidade, aquela história toda, e as coisas que ele fez no momento de irá, o corroeram por dentro, ele não encontra mais conforto nem em si mesmo, mas e agora? Ele procura. E o que ele procura? Ele procura, conforto, confiança, ajuda e o principal de todo ele procura o perdão



Parte DOIS

*Notas:  Seu pai nunca existiu, sua mãe não morreu, ele nunca tinha sido preso e ele não morava em uma fazenda.
** Um projeto de uma estória baseada em uma história de vida. Que provavelmente estarei editando muitas vezes. 

Fuga


Fuga


Por mais que ele corra, por mais que se esconda, por mais que se ocupe, parte de sua mente ainda esta presa, e é mais forte que ele imaginava ser, são como armadilhas em seus sonhos lhe persegue, o espanta, mesmo forte usando varias técnicas, meios, artifícios La esta.

É como algo inacabável, uma construção não finalizada, alguma peça falta nesse quebra cabeça, parece tão fácil, mas é tão difícil nem o tempo lhe ajuda por mais que ele corra, por mais que se esconda bateras contra parede e ali estará a "obra" inacabável o assombrando, desprezando, consumindo, alimentando seus medos, sua dor, sua ira.

Sufocante, torturante, o que está faltando ? O que foi deixado para trás ? Por que a sua mente fica presa no tempo? por que a sua mente não segue em frente? O tempo não para, o que sera isso tudo ? Aquilo que um dia foi uma luz, aquilo que um dia foi seus olhos, aquilo que lhe deu forças.

Hoje lhe trás escuridão, o deixa cego, sem forças,   mas por que ? Este jovem rapaz se pergunta sempre "Por que?" .. "Por que comigo?"  De um lado da mascara esta tudo bem, do outro basta qualquer lembrança e ele entra novamente em um labirinto, cujo o mesmo ja está bem velho, descuidado, o que ele fez? Ele sabe o que fez, mas parece que ele não conseguiu se perdoar, não era pra ter acontecido , nada disso, FALTA alguma coisa, ele suplica, implora para todos "O que falta? Me digam?" ele pede ajuda, mas muitos acham fácil falar,    mas esquecem que esse tipo de obra, não é fácil de terminar, ou termina ou destrói de vez.
- Por que conviver com a dor? Por que isolado? "O que falta?"  Se fugir não da certo, se esquecer que parecia possível, mas esta se mostrando ao contrario.

Ele vive o presente, ele tem suas metas e objetivos, ele não se prende a nada, mas no fundo ele sente falta de alguma coisa, algo "importante" talvez alguma coisa que ele deixou para trás que hoje faz muita falta, como se fosse parte dele. Essa estória precisa de um fim, mas aonde está este fim? ele procura ali, procura aqui, "AONDE ESTA ?" "Digam-me por favor", "Eu ja sei de tudo que eu deveria fazer, e faço, mas aonde estou errando? este local em qual me enterrei hoje, até semana passa estava fora do buraco, bastou em seus sonhos sombrios, para cair novamente no buraco"
Aprender a conviver com a dor, ele não quer isso, ele quer acabar com isso, aquela coisa que falta, de dia enquanto acordado tudo ocorre tranqüilamente, mas nos sonhos,  ali está o que será que quer dizer aquilo? O que fazer com isso ? Como resolver?
E vocês acham que ele  ja não tentou de tudo? novas obras, novos projetos, mas do que adianta projetar algo novo se no projeto novo aparece o velho inacabável.

Mas não é só isso, outros projetos o da vida real, lhe perturbam, entram em sua mente e o confunde mais ainda, são dois mundos diferentes, sonhos e realidade,  um interfere no outro, chega um momento que é tanta coisa  que elas se batem, e ai vem a explosão, explosão que ele expressa em palavras, textos.

Isso tudo é ridículo, praticar o desapego é difícil, exige técnica, exige forças,  um abraço, um amigo, qualquer coisa.
Esse nosso colega, está encrencado eu quero ajudá-lo, mas não sozinho, ele está muito vazio, tantos sonhos, metas, vida, presente a se viver, por que é tão difícil chegar ao nirvana ?    
Conseguir a iluminação é o objetivo, concertar o que foi quebrado também, não estar vazio também, aonde estão seus amigos? o abraço que tanto lhe faz bem? Palavras.... palavras não são nada, atitudes sim, parece uma briga, uma confusão total, mas ele deve por em mente, que irá conseguir, mas como?  São duas pessoas que reside em uma, o que fazer?


segunda-feira, 25 de março de 2013

25 de março.


Cá estamos, em mais uma breve atualização, pequeno texto, como andam meus pensamentos e minha vida.

Bem, minha dedicação se resume a faculdade e corpo, sempre malhando e fingindo que estudo (kkk) atualmente venho mais e mais me transformando em budista, só falta largar um vício (cigarro) , e curar uma ferida pra seguir os ensinamentos e a doutrina desta maravilhosa filosofia de vida, o milagre deste ano é que eu estou conseguindo ler, mesmo que seja aos poucos peguei um livro que tinha guardado sobre budismo para ler, e que aconselho a todos lerem "Budismo Essencial".

Ando isolado, muitos não crêem na minha mudança, não sou de implorar pra mostrar isso, apenas digo e faço o que faço. Certas pessoas também me deixaram de lado, é a vida ne, o budismo mesmo nos ensina a cultivar o desapego, meio triste as vezes, sonhos de lembranças de uma certa pessoa que me assombra, como tive um hoje, é uma ferida difícil de se curar mas no final me tornarei mais forte e mais fechado (haha) Penso no futuro, profissões, atualmente trabalho quando me chamam pra Antimofo como barman, quebrar o galho e dar um help quando eles precisam me faz bem me deixa com a mente ocupada, pegando estrada quando da, mesmo com o joelho fudido (kkk) mas não me prendo a passado algum, nem vivo no futuro, como o próprio Buda nos ensina , apenas viver o presente.

O caminho para Iluminação é longo, mas não é impossível, nada é impossível nessa vida, devemos ter autoconfiança, menos orgulho, e sermos mais gentis, praticar a bondade, ajudar o próximo mesmo quando não se trata de um não tão próximo, larguei os antigos vícios (até por que um dia eu teria de crescer né ?)  tenho uma visão mais clara das coisas, ainda prego pequenos testes com as pessoas próximas (não me perguntem o por que kkk) e é isso, seila.